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sábado, 29 de março de 2014
Poema em linha retaFernando Pessoa(Álvaro de Campos)
Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, Indesculpavelmente sujo, Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda; Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar, Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado Para fora da possibilidade do soco; Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia; Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia! Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam. Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil? Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado, Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca! E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído, Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear? Eu, que venho sido vil, literalmente vil, Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Uma visão breve sobre a vida e a obra do maior poeta da língua portuguesa:
- 1888: Nasce Fernando Antônio Nogueira Pessoa, em Lisboa.
- 1893: Perde o pai.
- 1895: A mãe casa-se com o comandante João Miguel Rosa. Partem para Durban, África do Sul.
- 1904: Recebe o Prêmio Queen Memorial Victoria, pelo ensaio apresentado no exame de admissão à Universidade do Cabo da Boa Esperança.
- 1905: Regressa sozinho a Lisboa.
- 1912: Estréia na Revista Águia.
- 1915: Funda, com alguns amigos, a revista Orpheu.
- 1918/1921: Publicação dos
- 1893: Perde o pai.
- 1895: A mãe casa-se com o comandante João Miguel Rosa. Partem para Durban, África do Sul.
- 1904: Recebe o Prêmio Queen Memorial Victoria, pelo ensaio apresentado no exame de admissão à Universidade do Cabo da Boa Esperança.
- 1905: Regressa sozinho a Lisboa.
- 1912: Estréia na Revista Águia.
- 1915: Funda, com alguns amigos, a revista Orpheu.
- 1918/1921: Publicação dos English Poems.
- 1925: Morre a mãe do poeta.
- 1934: Publica
- 1925: Morre a mãe do poeta.
- 1934: Publica Mensagem.
- 1935: Morre de complicações hepáticas em Lisboa.
- 1935: Morre de complicações hepáticas em Lisboa.
Os versos acima, escritos com o heterônimo de Álvaro de Campos, foram extraídos do livro "Fernando Pessoa - Obra Poética", Cia. José Aguilar Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 418.
http://www.releituras.com/fpessoa_linhareta.asp
Ser estudante é compreender o que se ensina e além de compreender, pôr em prática sendo capaz de opinar criticamente diante da realidade social.
Um bom professor percebe que ele também é um estudante e cujo objetivo não é impor respostas, mas estimular a criatividade.
http://pensador.uol.com.br/poesias_para_estudante/
http://pensador.uol.com.br/poesias_para_estudante/
O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.Carlos Drummond de Andrade
http://pensador.uol.com.br/escritores_famosos/
O poeta é um fingidor.Finge tão completamenteQue chega a fingir que é dorA dor que deveras sente.
Fernando Pessoa
sexta-feira, 28 de março de 2014
Recado aos Amigos DistantesMeus companheiros amados, não vos espero nem chamo: porque vou para outros lados. Mas é certo que vos amo.
Nem sempre os que estão mais perto fazem melhor companhia. Mesmo com sol encoberto, todos sabem quando é dia.
Pelo vosso campo imenso, vou cortando meus atalhos. Por vosso amor é que penso e me dou tantos trabalhos.
Não condeneis, por enquanto, minha rebelde maneira. Para libertar-me tanto, fico vossa prisioneira.
Por mais que longe pareça, ides na minha lembrança, ides na minha cabeça, valeis a minha Esperança.
Cecília Meireles, in 'Poemas (1951)'Tema(s): Amizade Ler outros poemas de Cecília Meireles http://www.citador.pt/poemas/recado-aos-amigos-distantes-cecilia-meireles
terça-feira, 25 de março de 2014
Mãe (Mário Quintana)
Mãe... São três letras apenas
As desse nome bendito:
Também o Céu tem três letras...
E nelas cabe o infinito.
Para louvar nossa mãe,
Todo o bem que se disse
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer...
Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do Céu
E apenas menor que Deus!
confira este poemas e
muitos outros no link abaixo:
“Sonhei com imagens desencontradas que
formavam a minha imagem amada.
Formava a pessoa que de verdade mim
amava e mim ama;
Formava o que eu tenho de melhor em
minha alma, Formava a pessoa ,o espirito do meu senhor e salvador que na cruz
carregou minha dor, Formava o senhor jesus cristo salvador, criador e o meu
eterno amor.”
Ana Alericia Bernardo da Costa.
domingo, 23 de março de 2014
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é
falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
sábado, 22 de março de 2014
22 dia da água!
CABA DA PESTE
A
ÁGUA QUE NA CIDADE SE ESBANJE E NO SERTÃO PADESSE FAZENDO SOFRE OS MEUS
CONTERANOS CABA DA PESTE.
AQUELES
QUE NÃO SABEM LÉ E NEM ESCREVE, DE ALMA PURA E ACOLHEDORA QUE SÓ TEM PARA COME O
QUE DO CHÃO A DE NASCER.
Ana Aletricia B.Costa
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